"Brexit" confirmado deixa indústria automóvel britânica à beira de um ataque de nervos!
A indústria automóvel baseada no Reino Unido – na sua maioria em Inglaterra – mostrou-se extremamente preocupada com o futuro, no dia em que a Primeira-Ministra britânica, Theresa May, entregou a carta em que acciona o artigo 50 do Tratado de Lisboa para a saída do seu país da União Europeia. O temor de que todos os carros ou produtos fabricados no Reino Unido sejam taxados à entrada do Velho Continente está a espalhar o nervosismo entre os muitos actores da indústria automóvel, no dia em que o "Brexit" deu o passo decisivo.
A associação da indústria automóvel britânica teme que, se o governo britânico não conseguir garantir um acordo para manter o livre acesso aos mercados dos restantes mercados europeus, mesmo os que não fazem parte da EU, os automóveis poderão ser taxados em 10%, colocando em risco o futuro das muitas fábricas instaladas no país.
Porque, se se fala numa forte indústria automóvel no Reino Unido, quase nada é, na verdade, de origem britânica… A Ford tem a maior fábrica de motores do país mas é norte-americana, algumas das maiores unidades de produção são as das japonesas Nissan, Toyota e Honda, a Mini e Rolls-Royce são alemãs (Grupo BMW), tal como a Bentley (Grupo VW), enquanto a Jaguar e Land Rover pertencem aos indianos da Tata. E até mesmo a Lotus ainda pertence aos malaios da Proton que poderá ser adquirida, em breve, pela Peugeot… que já comprou a Vauxhall, no negócio da Opel!
Também o vice-presidente da Nissan, Colin Lawther, já tinha deixado um forte recado acerca das eventuais consequências de um "Brexit" mal negociado. É da fábrica da marca em Sunderland que sai o "best-seller" Qashqai e, caso o Reino Unido voltasse às regras da Organização Mundial de Comércio, deixando de ter os benefícios fiscais de pertencer ao mercado único, isso significaria impostos de 10% sobre os carros e de 2,5 a 4,5% sobre as peças. O que acarretaria uma quebra nos lucros na ordem dos… 500 milhões de euros!